A indústria têxtil gera grandes impactos ambientais, seja pelo alto consumo de água doce em seus processos, seja pelo descarte incorreto de seus efluentes. Pois, esse material pode conter grandes concentrações de substâncias poluentes que acabam em contato com a água, chegando a reservatórios e até mesmo aos lençóis freáticos, o que prejudica diretamente os seres vivos que habitam nesses ambientes. Mas, você sabe como o problema pode ser resolvido?
A preocupação ecológica com os resíduos desse tipo de indústria está crescendo, o que resultou no surgimento de diversas soluções que podem ser aplicadas de forma prática e com resultados satisfatórios, o que ajuda a indústria têxtil a continuar sua atuação sem causar danos severos ao
meio ambiente e cumprindo todas as normas que regulam o tratamento de efluentes.
Neste texto, você vai entender que tipo de resíduos são gerados por essa atividade e como eles podem ser prejudiciais. Também vamos falar sobre como ocorre o tratamento de efluentes na indústria têxtil e quais as melhores soluções disponíveis na atualidade, além da legislação que regula esse tipo de processo. Confira!
O que são efluentes têxteis?
A indústria da moda gera muitos empregos e lança produtos novos com frequência. Além disso, muitas pessoas estão sempre interessadas em colocar uma peça a mais em seus guarda-roupas. Então, esse mercado está em constante movimento. Mas, um dos pontos negativos é a grande quantidade de efluentes têxteis gerados. Trata-se de águas residuais dispensadas durante o processo de produção das roupas.
Esse líquido se forma principalmente durante as etapas de tingimento e tratamento têxtil. Sendo que na etapa de tingimento são usados diversos corantes sintéticos, como os Dispersos, essenciais para dar coloração em fibras sintéticas. Esse tipo de material é insolúvel em água, além de ter propriedades que o tornam capaz de mudar o material genético quando está em contato com as células, fazendo com que seja potencialmente perigoso para a vida aquática e prejudicial à saúde das pessoas que venham a ter contato com a água contaminada. Dessa forma, é muito importante que os efluentes têxteis recebam tratamento e jamais sejam despejados no meio ambiente sem o cuidado necessário.
Qual a legislação que regula o tratamento de efluentes?
Um dos principais cuidados que a indústria têxtil deve ter em relação ao tratamento de seus efluentes é cumprir a legislação vigente, que vai garantir que os níveis de poluição dos resíduos estejam dentro dos limites aceitáveis. Para isso é preciso observar as normas definidas em cada estado. Contudo, existem algumas determinações feitas a nível nacional, como aquelas produzidas pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
Nesse sentido, podemos citar a Resolução n° 357, de 17 de março de 2005, que traz diversas regras para que os efluentes da indústria têxtil atinjam um padrão que permita sua liberação em corpos de água. De maneira geral, o CONAMA quer garantir que os resíduos lançados não interfiram ou até mesmo causem a morte da vida aquática da região, e que também não impeça que a água seja usada para o seu devido fim. Mas, para que tudo fique mais claro, veja
alguns dos parâmetros avaliados:
- pH;
- temperatura dos efluentes;
- materiais sedimentáveis;
- quantidade de lançamento;
- demanda bioquímica de oxigênio.
Além disso, o CONAMA prevê que as próprias indústrias são as responsáveis por verificar se seus efluentes estão no padrão desejado. Para isso, elas devem encaminhar amostras para laboratórios regulamentados pelo INMETRO. Além disso, a mesma Resolução cita que a coloração do material a ser liberado não deve alterar drasticamente o corpo de água no qual será lançado. Sendo que a cor máxima aceita para fontes de água doce do tipo 2 (usado para irrigação, recreação e abastecimento humano após tratamento simples) e 3 (usado para irrigação, pesca amadora e abastecimento humano após tratamento mais apurado) é de no máximo 75 mg Pt/L.
Como é feito o tratamento de efluentes na indústria têxtil?
Ao fazer o tratamento de efluentes na indústria têxtil, devido à grande quantidade de químicos utilizados, um único processo não costuma ser o suficiente para atingir os padrões determinados pela legislação. Então, para evitar problemas, é necessário a realização de dois ou mais tratamentos, o que eleva o custo. Sendo assim, as indústrias estão sempre buscando formas mais baratas para resolver a questão.
Uma das possibilidades para reduzir o impacto ambiental é procurar por materiais com menor custo e maior eficiência e que gerem menos resíduos perigosos. Nessa mesma linha de raciocínio, as
indústrias também tentam reduzir o consumo de água por meio da reutilização, o que acaba por diminuir a quantidade de efluentes gerados. Mas, mesmo para que essa água possa ser utilizada novamente, é necessário algum tipo de tratamento, como:
- processo de separação por membranas: os efluentes são submetidos a uma barreira física, onde partes sólidas e até mesmo os corantes são removidos. Contudo, trata-se de um procedimento extremamente oneroso para a indústria têxtil;
- filtragem em carvão ativado: nesse método, são adicionados compostos que fazem com que as impurezas formem coágulos. Depois usa-se reguladores de pH e adicionam-se substâncias para eliminar micro-organismos. Por fim, os efluentes são filtrados no carvão ativado;
- uso da biotecnologia: uma solução extremamente eficaz para o tratamento de efluentes é a aplicação de consórcios biotecnológicos, que são capazes de remover diversos tipos de impurezas.
Como funciona o tratamento de efluentes industriais por biotecnologia?
Dentre todas as opções citadas acima, chama atenção o processo em que se usa a biotecnologia. Essa técnica utiliza produtos que contém micro-organismos capazes de consumir grande parte dos poluentes de efluentes industriais. É possível contar com um produto para cada tipo de necessidade, como por exemplo:
- redução de lodo orgânico;
- consumo de óleos e graxas;
- redução de materiais orgânicos diversos.
Os
consórcios biotecnológicos podem ser desenvolvidos com microrganismos selecionados, com o objetivo de atacar um composto orgânico específico. Eles são capazes de atuar em elementos como: proteína, amido, hidrocarbonetos, lactose, sacarose e hemicelulose. Além disso, esse tipo de tratamento traz benefícios variados, dentre os quais podemos destacar:
- redução de odor;
- adequação aos parâmetros de descartes de efluentes, como aqueles citados pelo CONAMA;
- aumento significativo da capacidade de tratamento.
Então, fica claro que ocorreram grandes avanços no tratamento de efluentes na indústria têxtil e escolher a forma mais eficaz e tecnológica para resolver o problema pode gerar economia e mais eficiência industrial. Assim, torna-se mais fácil se adequar à legislação e ajudar a proteger o meio ambiente dos diferentes impactos resultantes desse tipo de resíduo.
Agora que você já entende quais são os cuidados necessários no momento do tratamento de efluentes , não perca tempo e
entre em contato para saber mais.
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